Por Lucas Ribeiro
Salve, salve leitores do FCS...
Eu não queria estar escrevendo esse post, mas infelizmente a violência no jogo de domingo foi muito grande. Não sou de ficar dando ibope para este tipo de caso, mas o que aconteceu com o garoto de 15 anos, integrante da Torcida Jovem, portador de deficiência física, me incomodou muito.
Vamos por partes. Antes do clássico começar, santistas e são-paulinos entraram em confronto na Rodovia Anchieta, rota dos santistas para chegar até São Paulo. Foram dois confrontos na Anchieta, segundo o Lancenet.
Durante o clássico, nenhum ocorrência foi registrada, o que levava a crer que a violência no clássico teria ficado na Rodovia.
Horas depois do clássico, dois torcedores do Santos foram agredidos em estações do Metrô, na zona Leste de São Paulo. Ambos são da maior torcida organizada santista, o que me leva a crer que não eram nenhum santo. Porém, um deles era portador de deficiências físicas.
Não há mais respeito por nada, pela parte do ser humano. Nem quando um ser humano possui imperfeições, que o tornam indefeso. Atacar um garoto de 15 anos já seria um absurdo, atacar um garoto de 15 anos com deficiência é pior ainda.
Vale lembrar que pouco a imprensa falou sobre tal assunto. Muitos já se esqueceram de Kevin Espada. E ninguém dá o devido valor que ambos os casos merecem. O mundo da bola gira muito rapidamente, a próxima rodada se torna mais importante do que as tragédias.
E é quando isso acontece que nós, todos nós amantes da bola, matamos o futebol. Nós deixamos isso ficar impune, nós deixamos a violência fazer parte do futebol, deixamos parecer natural.
Cadê agora o Bom Senso FC, querendo paralisar o campeonato, diante de tais tragédias? Eles não alegavam falta de segurança para eles, defendem tanto a melhoria do futebol brasileiro, mas se calam diante de tal fato?
Ninguém está nem ai para nada no nosso futebol. Eu que estou escrevendo esse texto, sou culpado. Você que está lendo, é culpado. Pois percebemos os problemas ao redor, mas não fazemos nada a respeito. Sempre deixamos para o outro, enquanto isso, nada muda.
Não sei se o Márcio Barreto de Toledo, de 34 anos, era um santo. Sei que há pessoas do bem no mundo das T.O, mas sei que há muitos que procuram pela violência. A única coisa que sei, é que o cara foi morto de forma covarde, deixando para trás uma criança de apenas 5 meses, mas parece que ninguém liga para isso, já que nenhuma providência está sendo tomada.
E enquanto isso, uma parte da população brasileira, vai matando a cultura do brasileiro de ir até o estádio acompanhar o seu time do coração. Até quando?
